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Sou sonhador, Idiota, tenho inúmeras idéias. Para uns um modelo, para outros ridículo! Assim que sou.

sábado, 24 de julho de 2010

Retrato Pensado


Temos no ato de descrever alguém para que outro reproduza sua imagem fielmente, o nome de retrato falado. O que antes era tido como arte, hoje esta no rol da ciência. Peritos estudam minuciosamente curvas e formas ao propósito de, com isso, desvendar imagens gravada exclusivamente na memória de outras pessoas. Técnica muito utilizada, fundamentalmente, em casos policiais. Se me imaginar desenhando alguém, ainda por riscos já tracejados em qualquer papel, tenho a certeza, não conseguiria fazer nada que ficasse ao contento de alguém. Sei que com muitos seria assim também. No entanto, como sempre nos pegamos de surpresa quando entramos na onda da introspecção, hoje, refletindo assim de mim para comigo mesmo, cheguei a não brilhante e tão pouco inédita conclusão, de que de tempos em tempos, somos não os peritos que desenham, mais sim, peritos em descrever pessoas. Descrevemos parentes distantes, amigos à amigos, antepassados, personagens históricos, fatos, formas, lugares... Descrevemos sempre um pouco de tudo. Nãos nós, enquanto ouvintes destas descrições, peritos em desenhar, mais somos peritos em imaginar, nas mais variadas formas e tonalidades e o que há de mais importante, acrescentamos ou subtraímos coisas de nossas “obras”, por afeto ou por “arte”. E o fazemos o tempo todo. Ao conversar com alguém sobre alguém, ao ler, ao pensar, ao ouvir, ao sonhar. Somos nós que, assim como autores de nossa própria história, somos também cartunistas das imagens de nossos semelhantes. E Muitos de nós, descreve, desenhamos e incrementamos com um enredo que pode, ao bel prazer, imunizar ou contaminar uma imagem, muitas vezes ate de forma irreversível. Cheguei então onde queria chegar. Dois pontos já foram abordados e serão cruciais para a compreensão deste artigo. O poder que temos de desenhar e de dar vida a personagens e fatos da vida real e o poder de convencer as pessoas do que queremos e pensamos. Ao passo que descobrimos tal poder, nos compete agora também utilizar outro ainda maior, para que em nossos “retratos”, possamos exibir sempre uma imagem fiel, o bom senso. Ponto de equilíbrio, entre a emoção e a razão, o bom senso deve sempre ponderar nossos “poderes artísticos” quando descrevemos, desenhamos ou pintamos pessoas, principalmente, se a imagem que reproduzimos já é uma descrição de outra descrição.Claro, a pessoas que revertem tudo o que sabem sobre qualquer um, querem mesmo é sacanear. São capazes de inserir o rosto de um desafeto, de um concorrente ou até mesmo, e isso é o pior, de um amigo, em outro corpo, em outro contexto, afim, única e exclusivamente de destruí-lo, de enquadrá-lo como criminoso, mesmo sabendo-o inocente e, com isso, provocar sua ruína. E quem nunca já foi vítima inocente de um “retrato falado” Para fomentar o debate, até ouso questionar de outra forma, e quem nunca retratou o desafeto, puxando mais ou puxando menos um ou outro rabisco que o deixa-se não com sua cara, mais com a cara que queríamos que ele tivesse¿

Retratar fatos e pessoas requer bom senso. Não sei até que ponto tem essa responsabilidade. Somos acometidos a todo o momento de um turbilhão de sentimentos, que muitas vezes nos cegam, ou ao menos nos ofusca a visão e nos faz pintar pessoas de outras formas, que muitas vezes retratam muito pouco do traço fiel de suas imagens e muito de nossa mediocridade ao atingirmos o outro de maneira tão mesquinha e vulgar. Pense em você, introspecção serve para isso, para que você produza, sem medo, e olhe em seu próprio RETRATO PENSADO.