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Sou sonhador, Idiota, tenho inúmeras idéias. Para uns um modelo, para outros ridículo! Assim que sou.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Teoria da Lâmpada

Estamos entrando em um período interessante para a democracia de nosso país. Muito embora para muitos as questões políticas já tenham se transformado em objeto de juízo de valor, para a grande maioria, a “política”, nesta época é apenas uma época de “ganhar uns trocos”.

Ainda não conseguimos, através da educação, a conscientização necessária de nossas comunidades, para de fato, percebermos a democracia plena. Ainda temos o voto de cabresto, ainda temos a ingerência dos psêudos coronéis e ainda temos àqueles que simplesmente ignoram o processo. Tenho para mim que o pior acontecimento ainda é ignorar. Há notícias, aqui por onde moro de pessoas que se quer tem título de eleitor, simplesmente porque perdeu a esperança, já não sonha, já não enxerga horizonte, já não luta mais. Isso é o que mais me entristece.

Como me proponho aqui, a ponderar sobre temas, com o intuito de, no mínimo, dividir idéias que possam ser passadas a diante e com isso, semear transformação, vou me reportar a um fato interessante que me ocorreu quando fazia campanha eleitoral em prol de um candidato de nossa região, alguém de perto, que morasse em uma de nossas cidades e que conhecesse os nossos problemas e anseios. Foi aí que me deparei com a seguinte afirmação:

“Eu não voto em político nenhum, é tudo bandido, tudo a mesma coisa” me dizia um senhor de mais de cinquenta anos, chateadissimo com as suas decepções. Como sair dessa situação? Me questionei, pois nesse momento, houveram cochichos do tipo, “toma,bem feito”, “ele ta certo”, “ a gente tem é que não votar em ninguém mesmo”.

Ao ser interpelado com a afirmação do senhor descontente, usei para explicar como deveríamos nos comportar em períodos eleitorais, o que eu chamo de teoria da lâmpada:

Político é como uma lâmpada que pomos na sala de nossa casa, temos sempre a expectativa de que ela iluminará, nos ajudara a enxergar melhor, a achar o que procuramos. Porém algumas dessas lâmpadas não claream nada, ao contrário, escurecem as coisas, logo, se tirarmos a lâmpada e deixarmos sem nada, ficaremos totalmente na escuridão, se deixarmos a que está, também não ficará bom, então o que temos que fazer?

Questionei a platéia, chamando alguns conhecidos pelo nome, e então o que temos que fazer? Eles ficaram mudos porém, bem atentos sobre qual seria a minha resposta.

TROCA-LA. Experimentar outras lâmpadas, até que algum clareie a contento...

Não está satisfeito, como eu não estou, troque! Substitua.

Não podemos, nem devemos ficar sem lâmpada, se nada fizermos, as lâmpadas ruins continuaram lá, escondendo de nós o que deveria mostrar. O que temos que fazer então é TROCAR, trocar sempre, até que as coisas apareçam de verdade até que se ache a lâmpada certa e que a gente possa ter, de novo a luz que nos mostre esperança, que nos mostre um horizonte melhor.

Finalizei dizendo que também tenho inúmeras decepções, que também tenho inúmeros lamentos, e que não é feio nem errado desacreditar porque eu também já desacreditei, mais que o fundamental, é NÃO PERDER A ESPERANÇA, é não deixar de acreditar que um dia mudaremos e que para isso, precisamos iniciar a mudança em nós mesmos, iniciar a mudança de atitude, deixar de votar em fulano porque é nosso vizinho simplesmente, deixar de votar em sicrano porque é bonito simplesmente, votar em beltrano, porque veio aqui e prometeu sacolão, cimento ou pagar minha conta de água ou de luz. Porque assim não seria só o político o desonesto, seriamos nós também, porque estaríamos condicionando o nosso voto a troca barata de um favor imediato. Não teríamos depois o asfalto na nossa rua, nem a merenda da escola, nem o remédio do PSF, porque o político, que é quem autoriza o gasto com esses benefícios, precisa agora, resgatar o dinheiro que ele gastou pagando a sua, a minha conta de água ou de luz, e só aí nós vamos poder perceber o quanto saiu barato a nossa esperteza de vésperas de eleição.

Sou consciente, poucos mudaram com minha fala, mais ainda mais do que consciente, sou otimista, porque sei que dali alguns mudaram, alguns agiram com consciência, e se isso foi possível, certamente, poderemos mais, cada vez mais, porque acredito na reversão do mal, ao qual nossa sociedade foi submetido.

Intenções

Motivado pelo interesse pelo trabalho docente e pela sua compreensão, vez que este tema, tem se tornado cada dia mais incompreendido pela comunidade escolar e em muitos momentos pelo próprio docente, como me sinto, muitas vezes, usarei este blog para expor, comentar, analisar e criticar fatos e acontecimentos sociais, que impliquem em atenção, analise e resposta da sociedade. Farei alertas. Ficarei alerta. Sendo a educação uma fenomenologia que procura moldar e desenvolver a sociedade como um todo, não há como nos furtar à questões pertinentemente expostas no nosso cotidiano que em muito tem haver com nossa qualidade de vida.
“Esboçam-se duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio na educação: estabelecer uma relação de controle mutuo entre a sociedade e dos indivíduos pela democracia e conceber a Humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa terra pátria, mais também, permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena (Morin 2001)”.

“transformar as escolas com suas práticas e culturas tradicionais e burocráticas que acentuam a exclusão social, em escolas que eduquem as crianças e os jovens superando os efeitos perversos das retenções e das evasões, proporcionando-lhes um desenvolvimento social, cultural, científico e tecnológico, não é tarefa simples, nem para poucos. Requer esforço coletivo de profissionais da educação, de alunos, pais e governantes” (Pimenta 2007).

Estas duas citações refletem parte do pensamento de um educador, que acredita que apesar de a cada dia ser evidenciado que a sociedade em que vivemos está entrando em colapso, em muito, o remédio para esta situação está, simplesmente sendo ignorado. Tudo o que se quer fazer para transformar a sociedade não deve ser simplesmente pela imposição de leis, mais pela conscientização advinda da educação.

Retrataremos os fatos cotidianos à luz de um professor como ser humano, inserido no âmbito da comunidade a qual pertence se descobrindo como agente de transformação frente à missão que lhe é confiada, de mediador do processo de ensino aprendizagem, transmissão de valores, normas e cultura de um povo. Trataremos ainda, dos descaminhos que o professor atravessa, do erro e da ilusão que se cria no trato, para com a escola democrática. E não pararemos por aí. Acreditando que é a conscientização da sociedade que trasnforma o mundo, faremos nossas ponderações, a quem e a quantos interessar, sob o olhar do nosso entendimento, enqanto povo que somos, enquanto membros de uma sociedade que a cada dia se desprende mais de seu "eixo", mata a dua fé e, em muito, perde a esperança.

MORIN, Edgar – Os sete saberes necessário à Educação do Futuro – Ed. Cortez. 2001. 3ª edição Brasília DF.

PIMENTA, Selma G. Saberes pedagógicos e Atividade Docente – Cortez – 2007 – São Paulo