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Sou sonhador, Idiota, tenho inúmeras idéias. Para uns um modelo, para outros ridículo! Assim que sou.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Compugida Tristeza

Não precisamos ir muito longe para encontrar alguém triste. A tristeza tem se tornado cada dia mais companheira, de todos nós, independentemente de idade, sexo, cor, religião. Somos, todos os dias acometidos de um penar, de um pesar que nos coloca em xeque, que nos perturba, sem mesmo sabermos o por que. Lendo sobre este fenômeno, o da tristeza sem medida, há pouco tempo, me deparei em escritos de Rollo May com uma explicação considerável. Em meados do século XVII o filósofo Descartes revolucionou a época ao libertar os homens das bruxas e bruxarias ao que se submetiam, causando perdas inestimáveis em produção e evolução para aquela época.

“Descartes ensinou que o corpo e a mente deviam ser separados, que o mundo objetivo da natureza física, do corpo (que podia ser medido e pesado), era radicalmente diferente do mundo subjetivo da mente e da experiência ‘interior’, como se pudéssemos colocar a mente em uma prateleira” (Rollo May 1972)

Estes ensinamentos foram primordiais para o crescimento do homem daquela época, inquestionável evolução,” Mataram” bruxas e maldições que impediam o crescimento do homem naquele instante. O fato que segue, é que com as bruxas, mataram também as fadas dos bosques, os geniozinhos que realizavam desejos, os guinomos e toda a série de estímulos que eles traziam. Esta dicotomia que acometeu aos homens sem que estes soubessem como lidar com ela, reflete-se hoje, em nossos tempos, em adultos e nos filhos destes adultos, que deixaram de sonhar e há muito tempo, vive uma vida artificial e mecânica, desprovida de qualquer interesse em qualidade ou evolução. São crianças, adolescentes e jovens que foram criados por pessoas isentas de sonhos, de expectativas. Pessoas que foram educadas para não admirar a natureza, para ficarem inertes ao por do sol, indiferentes a uma cachoeira ou as ondas do mar ou a imponência do oceano. Incapazes de contemplar o nosso pantanal e tudo o que há de belo nos serrados aos seus arredores.

É fácil perceber ao que me reporto. Basta olhar para os lados. Basta ver aonde seu filho vai e com vai. Basta ouvir os assuntos que contagiam a juventude de hoje. Basta olhar os cadernos e os boletins da maioria dos estudantes. Basta ler os jornais, os sites de notícias locais, verem os plantões da televisão.

Perdemos nossos sonhos, perdemos nossa essência, expulsamos o espírito mal e ficamos totalmente vazios, sem razão, sem direção. Tiramos nossa mente e a colocamos na prateleira, para deixa de lado a angustia por um instante, acabamos por sentir angustia ainda maior, a de nada ter, a de nada sentir. Estamos todos fadados ao descontentamento eterno, a submissão aos interesses sabe-se la de quem, vez que para todo lado reina a insatisfação e ao mesmo tempo a passividade. Faltam-nos forças para reagir. Por quê?

Perdemos, ou estamos perdendo a cada dia, o nosso senso de identidade. Se não somos capazes de enxergar o vigor da natureza em nossa volta, se somos indiferentes com o nosso ambiente, inertes com os intempéries do tempo, isso mostra também o imenso vazio que há dentro de nós, se não há nada em nosso interior, assim vemos também o que nos rodeia. Uma paisagem morta, inanimada.

“Na natureza, pouco Vemos que seja nosso”.

Esta introspecção que faço, em forma de desabafo transformando meus escritos, são apenas para atentar para uma juventude que a nada se atenta. Não quero dar sermão. Não quero me colocar acima do bem ou do mal, não quero aqui dizer a quem ou ao que se deve fazer. Meu grito não é para ordenar. Meu grito é para alertar. Estamos todos nos enchendo de um vazio imenso e infinito. Deixando de dizer coisas que são importantes para nós. Deixando de amar. Deixando de sorrir. Deixando de crer em um futuro melhor. Em uma Vida intensa. Deixando de acreditar em nossa capacidade e com isso, estamos nos acomodando e nos acostumando a não fazer nada, a não ser nada e a ficar como a natureza que imaginamos decorar nossa alma, morta, seca, inerte.

Estamos à procura de um líder? Estamos à procura de uma revolução? Estamos à procura de alguma causa para lutar? Estamos à procura de que?

Para mim toda essa tristeza, todo este pesar que contemplamos uns nas áureas dos outros é que me trás a resposta exata e precisa.

ESTAMOS TODOS, À PROCURA DE NÓS MESMO.

Referência bibliográfica
MAY, ROLLO - O Homem a procura de si mesmo - Man's search for himself - 34 edição - 2010 ed. Vozes, Petrópolis - RJ.

sábado, 24 de julho de 2010

Retrato Pensado


Temos no ato de descrever alguém para que outro reproduza sua imagem fielmente, o nome de retrato falado. O que antes era tido como arte, hoje esta no rol da ciência. Peritos estudam minuciosamente curvas e formas ao propósito de, com isso, desvendar imagens gravada exclusivamente na memória de outras pessoas. Técnica muito utilizada, fundamentalmente, em casos policiais. Se me imaginar desenhando alguém, ainda por riscos já tracejados em qualquer papel, tenho a certeza, não conseguiria fazer nada que ficasse ao contento de alguém. Sei que com muitos seria assim também. No entanto, como sempre nos pegamos de surpresa quando entramos na onda da introspecção, hoje, refletindo assim de mim para comigo mesmo, cheguei a não brilhante e tão pouco inédita conclusão, de que de tempos em tempos, somos não os peritos que desenham, mais sim, peritos em descrever pessoas. Descrevemos parentes distantes, amigos à amigos, antepassados, personagens históricos, fatos, formas, lugares... Descrevemos sempre um pouco de tudo. Nãos nós, enquanto ouvintes destas descrições, peritos em desenhar, mais somos peritos em imaginar, nas mais variadas formas e tonalidades e o que há de mais importante, acrescentamos ou subtraímos coisas de nossas “obras”, por afeto ou por “arte”. E o fazemos o tempo todo. Ao conversar com alguém sobre alguém, ao ler, ao pensar, ao ouvir, ao sonhar. Somos nós que, assim como autores de nossa própria história, somos também cartunistas das imagens de nossos semelhantes. E Muitos de nós, descreve, desenhamos e incrementamos com um enredo que pode, ao bel prazer, imunizar ou contaminar uma imagem, muitas vezes ate de forma irreversível. Cheguei então onde queria chegar. Dois pontos já foram abordados e serão cruciais para a compreensão deste artigo. O poder que temos de desenhar e de dar vida a personagens e fatos da vida real e o poder de convencer as pessoas do que queremos e pensamos. Ao passo que descobrimos tal poder, nos compete agora também utilizar outro ainda maior, para que em nossos “retratos”, possamos exibir sempre uma imagem fiel, o bom senso. Ponto de equilíbrio, entre a emoção e a razão, o bom senso deve sempre ponderar nossos “poderes artísticos” quando descrevemos, desenhamos ou pintamos pessoas, principalmente, se a imagem que reproduzimos já é uma descrição de outra descrição.Claro, a pessoas que revertem tudo o que sabem sobre qualquer um, querem mesmo é sacanear. São capazes de inserir o rosto de um desafeto, de um concorrente ou até mesmo, e isso é o pior, de um amigo, em outro corpo, em outro contexto, afim, única e exclusivamente de destruí-lo, de enquadrá-lo como criminoso, mesmo sabendo-o inocente e, com isso, provocar sua ruína. E quem nunca já foi vítima inocente de um “retrato falado” Para fomentar o debate, até ouso questionar de outra forma, e quem nunca retratou o desafeto, puxando mais ou puxando menos um ou outro rabisco que o deixa-se não com sua cara, mais com a cara que queríamos que ele tivesse¿

Retratar fatos e pessoas requer bom senso. Não sei até que ponto tem essa responsabilidade. Somos acometidos a todo o momento de um turbilhão de sentimentos, que muitas vezes nos cegam, ou ao menos nos ofusca a visão e nos faz pintar pessoas de outras formas, que muitas vezes retratam muito pouco do traço fiel de suas imagens e muito de nossa mediocridade ao atingirmos o outro de maneira tão mesquinha e vulgar. Pense em você, introspecção serve para isso, para que você produza, sem medo, e olhe em seu próprio RETRATO PENSADO.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Subliminares da Repressão

Muitas são as coisas que me intrigam. Notícias, política, modinhas, jogos, esportes, educação e deseducação, economia, física quântica e até o frio desproporcional que esta ocorrendo em meu estado neste momento.


Fatos e fotos ocupam as capas de jornais, as manchetes dos telejornais, os comentários dos radialistas, a fantasia dos sensacionalistas e desilusão dos que vivemnciam. O povo, apesar de estar cada dia mais perto da comunicação, da informação, da tecnologia, parece não evoluir. Vemos a tudo, somos avisados com antecedência, somos alertados pelos críticos, mais..., mais... Assistimos a tudo, passivos, e quando formamos nossa crítica, ela está totalmente influenciada, dirigida, programada, pelas inúmeras razões que tem o nosso sistema manipulador de idéias, que a mando sabe-se lá de quem e ainteresses ignorados, transformam-nos, outrora em coadjuvantes, mais agora, nos rebaixam ainda mais e nos colocam como meros “figurantes” de nossa própria história, quando na verdade deveríamos ser protagonistas. Voltando ao assunto inicial, nada me causa maior intriga. Como podemos ser tão indiferentes à verdade, nos fecharmos frente ao que vemos, e acreditarmos piamente naquilo que nos querem fazer acreditar. Nossa criticidade se perdeu há muito tempo.

Estamos em um tempo, que temos, a todo instante, que perceber mensagens subliminares que ocorrem em nossa volta. Seja em nosso trabalho, seja em nossa casa, nos emails que recebemos, nos noticiários que acessamos, temos sempre, que perceber o que há de real e o que há de interesse próprio. E muitas vezes penso que bons eram os tempos em que se lutava por ideais. Nosso povo foi, na época da ditadura militar, perseguido, torturado, exilado e tudo isso, a meu ver,  nos transformou no que somos hoje, passivos. Diferentemente de pacifistas ou de pacíficos, somos passivos a toda e qualquer espécie de manipulação, seja política, televisiva, radiofônica ou cibernética. E às vezes penso que o somos, porque em nosso subconsciente ainda ecoa as vozes de nossos antepassados dizendo, apenas estude meu filho, não se envolva com os rebeldes, porque eles morrerão todos, serão torturados antes da morte e se forem filhos de gente importante, serão mandados para bem longe daqui. Penso apenas, porque não vivenciei a ditadura e todos sabemos que muito pouco sabemos quando tocamos neste assunto.

Sem mais delongas o que quero realmente falar, sem mensagens subliminares, é que percebo um pleito eleitoral arrochado, entre candidatos bons, com propostas diferentes, e uma população teoricamente politizada, que ao começar fazer suas considerações, é acometida de um turbilhão de ”notícias”, que subconscientemente, à remete ao tempo em que, quem pensava demais, ou falava demais, como em um passe de mágica, desaparecia.

Não sei se estou sendo expressivo ou apenas passando uma mensagem subliminar, mais sei que muitos me entenderão, outros ficarão com medo de me entender, porque certamente, mais efeito fará, sempre, as “subliminares” dos ditadores do tempo, que ainda vivem, que ainda reinam e que para burlar o sistema, apenas mudaram de estratégia, trocaram a tortura, pelas "subliminares".

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sociedade, Educação e Qualidade de Vida: Inquisição do Novo Milênio

Sociedade, Educação e Qualidade de Vida: Inquisição do Novo Milênio: "Todos somos sabedores, ao menos aos que lêem, que a “Santa Inquisição” Marcou negativamente a Igreja e sacrificou centenas de milhares de pe..."

Inquisição do Novo Milênio

Todos somos sabedores, ao menos aos que lêem, que a “Santa Inquisição” Marcou negativamente a Igreja e sacrificou centenas de milhares de pessoas mundo a fora que se não tivessem tido a infelicidade de nascer no passado e que agora vivessem seriam livres. Foi um tempo em que o homem se julgou Deus e passou a condenar esse ou aquele por atos e omissões, pensamentos e palavras. O que me intriga e me faz tomar esta seara de discussão, foi a notícia que vi logo pela manhã sobre algo, de puro e moral que tramita na casa de leis onde reina a ordem, a verdade, a honestidade, a hombridade e a ética. Falo da Câmara Federal, claro.

“A Câmara analisa o Projeto de Lei 7018/2010, que proíbe a adoção de crianças e adolescentes por casais homossexuais (adoção homoafetiva). A proposta, do deputado Zequinha Marinho (PSC-PA), altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90).”

Na opinião de Marinho, a adoção por casais homossexuais expõe a criança a sérios constrangimentos. “O filho terá grandes dificuldades em explicar aos seus amigos e colegas de escola por que tem dois pais ou duas mães”, exemplifica. O parlamentar sustenta ainda que a instituição familiar é constituída, obrigatoriamente, a partir da união de um homem e uma mulher.

Com esta “sábia” proposição de projeto de Lei, o Exmo. Senhor Deputado Federal ZEQUINHA MARINHO, ao passo que zela pela manutenção da família cristã, à qual para ele é Santa, condena órfãos e menores abandonados à permanecerem as margens da sociedade. Inclusive da sociedade Cristã. Caso este retrocesso ocorra, meninos e meninas estarão fadados a permanecerem depositados nos orfanatos até os seus 18 anos, quando serão novamente abandonados e depositados, agora não mais sob os olhares do estado, nas ruas, “sem lenço e sem documento”.

Hoje, a justiça, permite a adoção de crianças, com base No Estatuto da Criança e do Adolescente por casais que sejam casados civilmente ou que tenham união estável, comprovando a estabilidade da família, que é analisada com rigor, por psicólogos e assistentes sociais.


Diante da inexistência de proibição na legislação em vigor, a Justiça brasileira tem admitido a adoção de crianças e adolescentes por casais homossexuais. Um exemplo disso ocorreu em janeiro de 2009, quando o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Ribeirão Preto (SP), Paulo Cesar Gentile, concedeu a guarda definitiva de quatro irmãos ao casal de cabeleireiros João Amâncio e Edson Torres (a foto acima mostra a nova família, notem o constrangimento nas crianças *risos*). Eles já tinham, desde dezembro de 2006, a guarda provisória das crianças, de 12, 10, 8 e 6 anos.

Ao exemplo a cima, conheço casais homoafetivos que tem casamento estável, boa conduta, emprego fixo, são cultos, fiéis e que estão juntos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, bla blá blá... E Coincidentemente, logo após a está proposta miraculosa, defensora da ética e da idoneidade moral da família cristã, assisti no tele jornal local de meu estado, o caso de um pai que está enquadrado nos princípios éticos defendidos pelo parlamentar, Segue a notícia: “A Polícia Civil de Três Lagoas está "investigando" o caso de um pai que estaria abusando sexualmente de três filhos: duas meninas, uma de 15 e 13 anos, e um menino de 10 anos. A delegada responsável pelo caso deve decidir hoje que rumo dar às investigações. ( http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?n=497752&p=2&Tipo=).

Ao Deputado Federal do Partido Social Cristão (PSC- PA), Zequinha Marinho, sugiro que se quer, de veras apresentar um processo que defenda a MORAL E A ÉTICA, que apresente então algo que verse sobre a extinção da IMUNIDADE PARLAMENTAR. Meus motivos são simplórios, apenas porque penso que crime MAIOR, comete aquele que se SAQUEIA o dinheiro público que iria para escolas, creches, segurança, saúde e alimentação das mesmas crianças que nobre e honrado deputado cristão se propõe a defender. Roubam, desfalcam, subtraem-nos de todas as formas e se quer respondem pelos seus CRIMES, por terem foro privilegiado, imunidade parlamentar.

Ou Então deputado, continue a brincar de agente secreto divino e continue sua “santa inquisição” do novo milênio. Condene os casais homoafetivos, que estudam, trabalham, pagam impostos, são bem sucedidos e felizes e abstenha de culpa seus pares oportunistas, formados na (UVE) Universidade do Verdadeiro Escândalo e que tiveram como professores os coronéis do voto de cabresto. Continue defendendo a moral e a ética dos “pais” de família politicamente corretos, que enriquecem ilicitamente transportando dinheiro nas cuecas, meias, malas e sabe-se lá onde mais escondido. Condene junto com os casais “politicamente imorais” crianças e adolescentes. Uns a não poderem educar e outros, os mais vulneráveis a não poderem ser educados sob a égide de pais responsáveis carinhosos e homossexuais. Ao meu entender o deputado deve imaginar que estes pais, farão sexo em frente aos seus “filhos”, ou mesmo, que abusarão sexualmente deles.

ABSURDO!

Estou plenamente consciente de que ao dissertar sobre este tema, corro o risco de ser considerado subversivo ou até mesmo homossexual. Ou ainda de apologia ao homossexualismo. Não temo! Não estaria em paz, se calasse em mim a vontade de estar cara a cara com o Exmo. Senhor Deputado Federal do PSC-PA de nomezinho Zequinha, tão medíocre quanto seu projeto de lei, e dizer: “

- Senhor deputado, com todo o respeito, VÁ PROCURAR O QUE FAZER”.



Fontes:

Blog Na Lei:
http://nalei.com.br/blog/projeto-proibe-adocao-de-criancas-por-casais-homossexuais-2213/
RMT On Line - (Rede Matogrossense de Televisão)
( http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?n=497752&p=2&Tipo=).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Remédio Desprezado

Tive a grata satisfação de estar compondo uma banca de avaliação de TCC da UFMS, campus de Coxim-MS, neste final de semana. Nada pode ser mais prazeroso que poder perceber o pico da transição de um acadêmico para a vida de profissional efetiva. Há de tudo um pouco. Ansiedade, nervosismo, choro, risos e muitas, muitas revelações. Na banca que compunha, analisávamos um trabalho sobre a educação especial em Coxim-MS, se de verdade acontece o processo de inclusão social de PNE´s. Ver uma pessoa entre lágrimas e sorrisos afirmar e dar prova de que aprendeu algo e que a partir de então fará o possível para melhorar a qualidade de vida de outros, simplesmente, nos enche de orgulho.

Mas não bem disso que quero falar. Durante a explanação da orientadora, que não por acaso é também a coordenadora do curso de história do CPCX, ela fez uma revelação intrigante. Das 150 (cento e cinqüenta) vagas, dispostas no CPCX, apenas 11 (onze), haviam sido preenchidas na Primeira chamada. As aulas se iniciarão logo após o recesso de julho. O dado que mais me preocupa, enquanto educador e militante da educação como forma de qualidade de vida, é que há em Coxim, candidatos inscritos no Enem, que optaram pelas vagas que sobram, porém, sem média suficiente para entrarem para a academia. Quem passa nos processos seletivos, geralmente, são concurseiros ou vestibulandos que preferem outras localidades. Já está se encerrando o prazo de inscrição da segunda chamada e ainda não há inscritos suficientes para os cursos de Letras, História e Analise de Sistemas.

O Fato é que nossa juventude, me refiro aos jovens de Coxim, estão indo para as escolas totalmente desmotivados. Não há, de certa forma, preocupação com o aprendizado. Se, defendemos que a educação é o remédio, algo temos que fazer para a conscientização de nossa juventude a bebê-lo.

Uma das coisas que podemos sugerir a nossa comunidade escolar, que compreende pais, alunos, professores e administrativos e que foi destaque na revista veja de 19 de maio, na matéria Meninos Prodígios que congratula a jovens talentosos do IMPA, Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, referência mundial na área. O que seria necessário para que outros se destacassem como os prodígios? O Doutor em Matemática, Seme Gebara, dá a receita:

“Cultivar o talento dos jovens é crucial para o desenvolvimento em qualquer disciplina e consequentemente, de qualquer país”.

O talento extraordinário, nada mais é do que o incentivo, o estímulo precoce de meninos e meninas.

Pois bem, está aí o remédio. Estímulo. Planejar aulas, programar oficinas, visitas a bibliotecas, museus e até mesmo às universidades, certamente, aguçara o interesse de nossa juventude. Precisamos abrir nossos olhos, antes de tentar abrir os da juventude. Para isso, entender o papel do educador e a sua relação com a comunidade escolar faz toda a diferença. É certo que ainda não temos o sistema ideal, que ainda falta muito para chegar ao que precisamos, mais não podemos deixar de fazer o nosso melhor, ou nossa juventude estará fadada ao submundo, ao subemprego e inegavelmente, às drogas, nosso outro mal epidemiológico.

Se há de veras, um báratro, um vazio, um abismo entre a escola que temos e a escola que queremos, precisamos, enquanto educadores conscientes que somos, no mínimo, preparar a construção de “pontes de cordas”, para que, ao menos alguns, atravessem.

O remédio é amargo, mais não podemos nos furtar em bebê-lo antes que o ofereçamos aos outros.



Legenda:

UFMS: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

CPCX : Campus da UFMS de Coxim

PNE’s: Portadores de Necessidades Especiais

TCC: Trabalho de Conclusão de Curso

ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Reizitos Caolhos

Certas situações me remetem a um artigo, que li em uma revista veja, salvo o engano, de 2003, escrito pelo Administrador de empresas Stephen Kanitiz, que fazia uma real abrangência ao ditado popular “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Pois bem, dando destaque a um trecho do artigo de Kanitiz, cito o seguinte parágrafo:

“existe um corolário deste ditado que me preocupa por suas consequências. Em terra de cego quem tem um olho é rei e quem tem dois, é muito mal visto. Indivíduos inteligentes e capazes são encarcerados, trancados na masmorra, por que são considerados como grandes ameaças aos reizitos de um olho só”.

Certamente muita gente se identifica com esta afirmativa. Seja no trabalho, na faculdade, nos esportes ou em eventos, até nas igrejas e templos das mais variadas crenças. Eles, os “caolhos” estão por toda a parte e caçam os que enxergam um pouco mais.
Claro, falamos aqui daqueles que perseguem, ameaçam, intimidam e denigrem quem está se destacando de alguma forma, seja pelo seu trabalho, seja pela sua inteligência. Falamos aqui, dos conhecidos “jabutis em árvores”, que só chegaram onde estão de duas formas: ou por um entemperie da natureza (enchente, no caso do jabuti na árvore) ou porque foram colocados por alguém. Falamos aqui daqueles que tem pouca capacidade e ao invés de dedicar algum tempo para estudar, trabalhar, aprender a aprender, gastam este precioso antídoto contra a ignorância, tentando contaminar pessoas, envenenar a verdade e diminuir quem cresce com glória e merecimento.

Há muitos deles por aí. Os reizitos caolhos, que por falta de visão, acabam por desenvolver demasiadamente a língua, falam demais, mentem demais, se contradizem e sofrem de um outro mal maior e encoberto, a ansiedade. Essa fenomenologia caótica desenvolve outra série de intempéries, transtornos, depressão, conflitos, o que faz com que os “reizitos”, inseguros de si, cometam até pequenos delitos, na tentativa de incriminar aqueles que a eles ultrapassam, em idéias e em atitudes, acabam incriminando a si próprios. O Crime mais comum entre os reizitos, é a denunciação caluniosa.

"Artigo 339 – Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém imputando-lhe crime de que o sabe inocente. Pena- reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º A pena é aumentada de Sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto".

Na tentativa desesperada de manter seu espaço no mercado de trabalho, tentam imputar ocorrências mentirosas aos seus colegas, aqueles que enxergam um pouco mais. Muitas vezes, desconhece este tipo de crime, que é influenciado pela mesquinharia e a mediocridade de certos “profissionais”.
Casos como estes levam a pessoa a um esvaziamento de caráter. Essa perda deixa um imenso vácuo, o reizito com o trono ameaçado, se sente vazio, o que pode o levar, facilmente, a infringir o artigo 339 do Novo Código Civil.
Em meio a estas situações, há gente competente que desiste, que interrompem sua carreira, paralisam seus trabalhos, mudam de cidade, deixam de fazer bem feito e em outras, tentam se emburrecer, para satisfazerem àqueles que não tem idéias, não tem comando e são apenas caolhos, ou “jabutis em árvores”.

Meu alerta é dirigido a você que sofre desse mal, ou melhor, desses maldosos e muitas vezes inescrupulosos reizitos de um olho só. Intimidar-se é o que eles esperam de você. Parar de produzir, ou produzir em anonimato e deixar que eles se beneficiem de suas idéias, de suas atitudes, de seus estudos e de seu trabalho. Isso, essa perseguição medíocre não é privilégio só seu.
Pense nisso, lute ainda mais, com ainda mais coragem, porque só assim, se pode vencer a mediocridade e a hipocrisia dos reizitos de um olho só.



Consultas:

www.veja.abril.com.br/

http://www.boletimjuridico.com.br


Citações:

Stephen Kanitiz

www.kanitz.com.br

terça-feira, 6 de julho de 2010

Teoria da Lâmpada

Estamos entrando em um período interessante para a democracia de nosso país. Muito embora para muitos as questões políticas já tenham se transformado em objeto de juízo de valor, para a grande maioria, a “política”, nesta época é apenas uma época de “ganhar uns trocos”.

Ainda não conseguimos, através da educação, a conscientização necessária de nossas comunidades, para de fato, percebermos a democracia plena. Ainda temos o voto de cabresto, ainda temos a ingerência dos psêudos coronéis e ainda temos àqueles que simplesmente ignoram o processo. Tenho para mim que o pior acontecimento ainda é ignorar. Há notícias, aqui por onde moro de pessoas que se quer tem título de eleitor, simplesmente porque perdeu a esperança, já não sonha, já não enxerga horizonte, já não luta mais. Isso é o que mais me entristece.

Como me proponho aqui, a ponderar sobre temas, com o intuito de, no mínimo, dividir idéias que possam ser passadas a diante e com isso, semear transformação, vou me reportar a um fato interessante que me ocorreu quando fazia campanha eleitoral em prol de um candidato de nossa região, alguém de perto, que morasse em uma de nossas cidades e que conhecesse os nossos problemas e anseios. Foi aí que me deparei com a seguinte afirmação:

“Eu não voto em político nenhum, é tudo bandido, tudo a mesma coisa” me dizia um senhor de mais de cinquenta anos, chateadissimo com as suas decepções. Como sair dessa situação? Me questionei, pois nesse momento, houveram cochichos do tipo, “toma,bem feito”, “ele ta certo”, “ a gente tem é que não votar em ninguém mesmo”.

Ao ser interpelado com a afirmação do senhor descontente, usei para explicar como deveríamos nos comportar em períodos eleitorais, o que eu chamo de teoria da lâmpada:

Político é como uma lâmpada que pomos na sala de nossa casa, temos sempre a expectativa de que ela iluminará, nos ajudara a enxergar melhor, a achar o que procuramos. Porém algumas dessas lâmpadas não claream nada, ao contrário, escurecem as coisas, logo, se tirarmos a lâmpada e deixarmos sem nada, ficaremos totalmente na escuridão, se deixarmos a que está, também não ficará bom, então o que temos que fazer?

Questionei a platéia, chamando alguns conhecidos pelo nome, e então o que temos que fazer? Eles ficaram mudos porém, bem atentos sobre qual seria a minha resposta.

TROCA-LA. Experimentar outras lâmpadas, até que algum clareie a contento...

Não está satisfeito, como eu não estou, troque! Substitua.

Não podemos, nem devemos ficar sem lâmpada, se nada fizermos, as lâmpadas ruins continuaram lá, escondendo de nós o que deveria mostrar. O que temos que fazer então é TROCAR, trocar sempre, até que as coisas apareçam de verdade até que se ache a lâmpada certa e que a gente possa ter, de novo a luz que nos mostre esperança, que nos mostre um horizonte melhor.

Finalizei dizendo que também tenho inúmeras decepções, que também tenho inúmeros lamentos, e que não é feio nem errado desacreditar porque eu também já desacreditei, mais que o fundamental, é NÃO PERDER A ESPERANÇA, é não deixar de acreditar que um dia mudaremos e que para isso, precisamos iniciar a mudança em nós mesmos, iniciar a mudança de atitude, deixar de votar em fulano porque é nosso vizinho simplesmente, deixar de votar em sicrano porque é bonito simplesmente, votar em beltrano, porque veio aqui e prometeu sacolão, cimento ou pagar minha conta de água ou de luz. Porque assim não seria só o político o desonesto, seriamos nós também, porque estaríamos condicionando o nosso voto a troca barata de um favor imediato. Não teríamos depois o asfalto na nossa rua, nem a merenda da escola, nem o remédio do PSF, porque o político, que é quem autoriza o gasto com esses benefícios, precisa agora, resgatar o dinheiro que ele gastou pagando a sua, a minha conta de água ou de luz, e só aí nós vamos poder perceber o quanto saiu barato a nossa esperteza de vésperas de eleição.

Sou consciente, poucos mudaram com minha fala, mais ainda mais do que consciente, sou otimista, porque sei que dali alguns mudaram, alguns agiram com consciência, e se isso foi possível, certamente, poderemos mais, cada vez mais, porque acredito na reversão do mal, ao qual nossa sociedade foi submetido.

Intenções

Motivado pelo interesse pelo trabalho docente e pela sua compreensão, vez que este tema, tem se tornado cada dia mais incompreendido pela comunidade escolar e em muitos momentos pelo próprio docente, como me sinto, muitas vezes, usarei este blog para expor, comentar, analisar e criticar fatos e acontecimentos sociais, que impliquem em atenção, analise e resposta da sociedade. Farei alertas. Ficarei alerta. Sendo a educação uma fenomenologia que procura moldar e desenvolver a sociedade como um todo, não há como nos furtar à questões pertinentemente expostas no nosso cotidiano que em muito tem haver com nossa qualidade de vida.
“Esboçam-se duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio na educação: estabelecer uma relação de controle mutuo entre a sociedade e dos indivíduos pela democracia e conceber a Humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa terra pátria, mais também, permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena (Morin 2001)”.

“transformar as escolas com suas práticas e culturas tradicionais e burocráticas que acentuam a exclusão social, em escolas que eduquem as crianças e os jovens superando os efeitos perversos das retenções e das evasões, proporcionando-lhes um desenvolvimento social, cultural, científico e tecnológico, não é tarefa simples, nem para poucos. Requer esforço coletivo de profissionais da educação, de alunos, pais e governantes” (Pimenta 2007).

Estas duas citações refletem parte do pensamento de um educador, que acredita que apesar de a cada dia ser evidenciado que a sociedade em que vivemos está entrando em colapso, em muito, o remédio para esta situação está, simplesmente sendo ignorado. Tudo o que se quer fazer para transformar a sociedade não deve ser simplesmente pela imposição de leis, mais pela conscientização advinda da educação.

Retrataremos os fatos cotidianos à luz de um professor como ser humano, inserido no âmbito da comunidade a qual pertence se descobrindo como agente de transformação frente à missão que lhe é confiada, de mediador do processo de ensino aprendizagem, transmissão de valores, normas e cultura de um povo. Trataremos ainda, dos descaminhos que o professor atravessa, do erro e da ilusão que se cria no trato, para com a escola democrática. E não pararemos por aí. Acreditando que é a conscientização da sociedade que trasnforma o mundo, faremos nossas ponderações, a quem e a quantos interessar, sob o olhar do nosso entendimento, enqanto povo que somos, enquanto membros de uma sociedade que a cada dia se desprende mais de seu "eixo", mata a dua fé e, em muito, perde a esperança.

MORIN, Edgar – Os sete saberes necessário à Educação do Futuro – Ed. Cortez. 2001. 3ª edição Brasília DF.

PIMENTA, Selma G. Saberes pedagógicos e Atividade Docente – Cortez – 2007 – São Paulo